Superando a dor de uma grande perda

25 03 2011

Como superar a perda de uma pessoa querida? Existe uma forma melhor de enfrentar a morte? Como continuar a viver sem a pessoa que era o motivo do nosso viver?

Não sei, mas gostaria de saber. Só sei que a dor que sentimos quando perdemos alguém é a maior que podemos passar na vida. Não há nada mais doloroso que isso. Uma briga com o filho; uma discussão com a esposa ou um desentendimento com o amigo são problemas superáveis. Dependem apenas de tempo ou coragem suficiente de todos para reverem seus pontos de vista.

 Já a morte não espera e nem quer negociar. Não obedece ao tempo e muito menos à consciência. Aparece quando menos esperamos e derrota toda a nossa esperança e fé na vida.

 A morte entra de uma forma brutal na vida. Corrói o coração de uma pessoa e estraçalha seus sonhos. Aniquila sua força para viver e parece que vai quebrá-la por inteiro e destruí-la. É uma dor que não some. Pelo contrário, consome cada momento bom da vida. Sem a menor piedade e muito menos sem pedir licença. Uma dor gigantesca. Indescritível em palavras.

 A impossibilidade de se conversar com a pessoa que faleceu, ouvir sua voz, saber sua opinião ou tocá-la é devastadora para aquele que ficou. Uma foto, uma música, um aroma ou um objeto bastam para lembrar o ente querido. A dor de sua ausência reaparece a cada instante e cada vez mais forte. É impossível parar essa dor. Ela sangra incessantemente dentro da pessoa. Questionamentos acerca do sentido da vida aparecem e desolam familiares e amigos. A culpa também surge, pois é muito comum pensar que poderia ter sido feito mais para a pessoa viver. Portanto, é uma fase repleta de emoções tremendamente dolorosas sentidas cotidianamente. Em resumo, é o próprio inferno vivido na terra. É uma dor maior que a própria pessoa e que parece que vai matá-la. O que de certa forma seria um alívio para esta nesse momento terrivelmente doloroso.

Mas isso não é possível de acontecer sem ser de forma trágica. A vida continua e só há uma forma de salvação que eu acredito que possa diminuir tamanha dor. É preciso lutar para que o coração não se empedre para receber o amor daqueles que ficaram. A amargura provocada pela morte precisa ser superada, na medida do possível e aos poucos, pela alegria e doçura da vida.

 De nada adianta negar, fugir ou sufocar a dor. Só existe um caminho para superá-la. Enfrentá-la! Com muita perseverança e força. Caso contrário, o pior pode acontecer: Morrer em vida. Tornar-se uma pessoa extremamente amarga, dura, sem brilho nos olhos e sem a capacidade de aproveitar verdadeiramente os bons momentos que a vida ainda pode lhe proporcionar.

 Com boas intenções é comum que familiares e amigos evitem ouvir a dor daquele que ficou, pois não suportam em si mesmos a dor da perda ou acreditam ingenuamente que ao conseguirem evitar a lembrança da perda também evitarão o impacto da dor. Assim, preferem não tocar no assunto ou, pior, forçar uma alegria falsa. Neste contexto, a solidão assolapa o coração daquele que ficou e torna cada vez mais insuportável e dolorosa a sua vida.

 É neste momento que a psicoterapia se torna fundamental, pois facilita o processo de elaboração do luto e torna a perda menos dolorosa.

 Acredito que ao superar a dor da perda, a pessoa vive melhor. Mais livre. Passa a perceber como são preciosos cada momento que desfruta com as pessoas que são importantes em sua vida. Passa a não gastar mais energia com discussões irrelevantes. Desenvolve plena e total consciência de que a vida é valiosa demais para dar atenção para esses pormenores.

Portanto, não esperem que alguém querido morra para conseguirem dar valor para sua vida ou das pessoas que você ama. Viva bem a sua vida! Agora! Coragem! Mostre o seu amor a quem ama. Beije-os e abrace-os! Nada é mais prazeroso na vida do que isso.

 

Viviane Sampaio – Psicóloga (Terapia Cognitiva e Coaching)





Amizade é forma de amar!

14 07 2010

Retirei este texto da internet. Não sei se é verídico, mas apliquemos como se fosse.

Esta é uma história que passou-se no século IV A.C., em Siracusa, na Sicília.

Havia dois amigos inseparáveis. Nada havia que um não fizesse pelo outro.

Certo dia o rei de Siracusa, Dionísio, aborreceu-se ao tomar conhecimento de certos discursos que Pítias vinha fazendo.

O jovem pensador andava dizendo ao público que nenhum homem devia ter poder ilimitado sobre outro. E que os tiranos absolutos eram reis injustos.

Presos ambos os amigos, Pítias reafirmou perante a autoridade real as suas idéias. O que dizia ao povo era a verdade e portanto a sustentaria, custasse o que custasse.

Acusado de traição, Pítias foi condenado à morte. Como seu último desejo, pediu ao rei que o deixasse dizer adeus à sua mulher e filhos e por os assuntos domésticos em ordem.

Dionísio riu do desejo do condenado.

“Vejo que além de injusto e tirano, você também me considera um tolo. Se sair de Siracusa, tenho certeza que nunca mais voltará”, disse o rei.

Foi nesse momento que Damon adiantou-se e ofereceu-se como garantia. Ficaria em Siracusa como prisioneiro, até o retorno do amigo.

“Pode ter certeza de que Pítias voltará. Nossa amizade é bem conhecida. Eu ficarei aqui.”

Ainda um tanto desconfiado, Dionísio examinou os dois amigos. Alertando Damon que, se Pítias não voltasse, ele morreria em seu lugar, aceitou a oferta.

Pítias partiu e Damon foi atirado na prisão. Muitos dias se passaram. Pítias não voltava e o rei foi verificar como estava o ânimo do prisioneiro.

Estaria arrependido de ter feito o acordo?

“Seu tempo está chegando ao fim”, sentenciou o rei de Siracusa. “será inútil implorar misericórdia. Você foi um tolo em confiar em seu amigo. Achou mesmo que ele voltaria para morrer?”

Com firmeza, Damon respondeu: “é um mero atraso. Talvez os ventos não lhe tenham permitido navegar. Talvez tenha tido um imprevisto na estrada. Guardo a certeza que, se for humanamente possível, ele chegará a tempo.”

Dionísio admirou-se da confiança do prisioneiro.

Chegou o dia fatal. Damon foi retirado da prisão e levado à presença do carrasco.

Lá estava o rei, sarcástico, gozando sua vitória.

“Parece que seu amigo não apareceu. Que acha dele agora?” Perguntou.

“É meu amigo. Confio nele”, foi a resposta de Damon.

Nem terminara de falar e as portas se abriram, deixando entrar Pítias cambaleante.

Estava pálido, ferido e a exaustão lhe tirava o fôlego. Atirou-se nos braços do amigo.

“Graças aos céus, você está vivo” – falou soluçando. “parece que tudo conspirava contra nós. Meu navio naufragou numa tempestade. Depois, bandidos me atacaram na estrada.”

Recusei-me, contudo, a perder a esperança e aqui estou. Estou pronto para cumprir a minha sentença de morte.”

Dionísio ouviu com espanto as palavras. Era-lhe impossível resistir ao poder de tal lealdade.

Emocionado, declarou: “a sentença está revogada. Jamais acreditei que pudessem existir tamanha fé e lealdade na amizade. Vocês mostraram como eu estava errado. É justo que ganhem a liberdade. Em troca, porém, peço um grande auxílio.”

“Que auxílio?” Perguntaram os amigos.

“Ensinem-me a ter parte em tão sólida amizade.”

Amigos, amizade sincera é mais que simples afinidade. Envolve mais que afeição. As exigências da amizade, como franqueza, sinceridade, lealdade incondicional e auxílio a ponto do tirar de si próprio em prol de um amigo, são estímulos poderosos para o amadurecimento moral e nobreza dessa afinidade e afeição.

A amizade sincera pode requerer tempo, esforço e trabalho para ser mantida. A amizade é algo profundo. De fato, é uma forma de amor.





Não deixe o samba morrer, não deixe o tambor se calar!

18 06 2010

É ainda na adolescência que o amor conjugal surge. Mas qual a diferença entre amor conjugal e o amor fraterno, de amigos?

Na amizade existe o amor ao próximo: por mais profunda que seja, não significa que você está disposto a se entregar todo: sua vida, seu corpo, sua alma.

-Essa é a diferença entre a amizade e o amor conjugal entre homem e mulher. E isso manifesta-se de muitas formas!

Percebe-se que alguém chegou ao coração da menina, com anseios de mulher, quando ela passa a se demorar nos cuidados pessoais.

O cabelo nunca está bom. Hoje ela quer liso, depois encaracolado, muda a cor, altera o corte, etc.
Ela se olha no espelho de frente, de lado, pelas costas. Nunca está bem!
Batom, perfume, maquiagem. Roupa mais justa, roupa mais larga, mais curta. Uma sessão interminável de tendências da moda.
Já no portão de casa, volta correndo, para se olhar no espelho.

Antes de sair novamente: “Estou bonita, pai?” Afinal, a opinião de um homem é importante.

Quando o menino começa a sentir e descobrir a masculinidade, todos na família percebem! O banho é demorado e freqüente. A roupa é escolhida nos mínimos detalhes. O cabelo é o item mais trabalhado. Deixar crescer a barba ou rostinho de bebê? Que indecisão! A grande pergunta é: Como as meninas gostam mais?

O motivo de tudo isso chama-se amor. Algo diferente que faz bater o coração no cérebro, tremer as pernas, gaguejar, suar nas mãos… É um sentimento diferente pelo sexo oposto.

Antes, embolavam ao chão, considerando-se verdadeiros inimigos – Os meninos eram chatos. As meninas, umas tolas.

Agora, um simples olhar de um para o outro é capaz de os fazer subir às nuvens.

Como é bonito esse período de descoberta, esse doce sentimento. Não é o mesmo amor que se tem para com os pais, para com os irmãos, os avós, os amigos.

É um sentimento que favorece o desejo de estar ao lado do outro, tem a capacidade de fazer sonhar de olhos abertos, de acreditar que tudo se realizará em futuro próximo, que a felicidade é perene, é permanente.

Caixas de chocolate, flores, aqueles mimos bobos.

Se você já ultrapassou a adolescência ou que está namorando a mesma pessoa há anos, que está casado, já é pai, avô… Lembra como eram apaixonantes aqueles dias de sonho e esperanças?

-Talvez você diga que já passou da idade, que adolescência é “aborrecência”.

Acredite: a época de amar não acaba nunca. Não importa a época do ano. Quando se ama, há sempre flores e perfumes no coração.

Surpreenda seu amor, mesmo que você já esteja desabituado aos gestos dos extremamente apaixonados.

Mostre que você ainda é o galã dos sonhos dela. Convide-a para passear, para dançar, para um jantar. Saiam sozinhos! Voltem a sonhar, olhando a lua e as estrelas, que deverão estar brilhando só para vocês dois. Redescubra o amor que um dia os uniu.
Ofereça flores, diga palavras de carinho, lembre como ela ainda está bonita.

A experiência dos anos fez tão bem! Aprume-se como um garoto saindo pela primeira vez com a namorada e descubra que o amor jamais envelhece.

Porque o amor é o sentimento mais sublime que Deus nos permite alcançar.

E como diz The Doors em uma de suas músicas mais conhecidas (Roadhouse Blues):

Let it roll, baby, roll!! let it roll, all night long!

(Deixe rolar, baby, role!! Deixe rolar a noite inteira!)





Felicidade Realista

20 12 2009

A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.

Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas.

E quanto ao amor? Ah, o amor… não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito.

É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante, pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum.

Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.
Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.

Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno.

Olhe para o relógio: hora de acordar. É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio.

Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração.

Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.

Mario Quintana





Certezas

7 12 2009

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Não quero alguém que morra de amor por mim…

Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.

Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.
Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim…

Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível…
E que esse momento será inesquecível…

Só quero que meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre…
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.

Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém… E poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto.

Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho…

Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento…e não brinque com ele.

Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe… Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.

Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.

Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas…
Que a esperança nunca me pareça um não que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como sim.

Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros… sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.

Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão…
Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim… 

E que valeu a pena.

Mário Quintana